"Restava-me o amparo dos livros" - José Jorge Letria

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Quando Lisboa Tremeu de Domingos Amaral

Demorou mas chegou. Por motivos pessoais as minhas leituras andam um pouco atrasadas. Peço desculpa a quem me segue. Mas acho que isto está prestes a mudar. :D

Finalmente terminei este livro. Demorei, é verdade, mas não quer dizer que não tenha gostado do livro. Porque realmente gostei. O autor não me desiludiu, pois eu esperava muito dele, e tive o que queria. Certamente que mais livros dele chegarão à minha estante.

É a primeira vez que leio um livro passado na época do terramoto em Lisboa. E por acaso não conheço mais nenhum livro com esta temática. Se alguém quiser pode sugerir porque fiquei fascinada, entusiasmada e petrificada com as atitudes do povo e os pelos danos materiais e psicológicos causados. Quero mais desta Lisboa.

Adorei as personagens quase todas. A irmã Margarida surpreendeu-me bastante, não esperava metade das suas atitudes. Satamaria, o narrador, é um pirata atrevido e no fundo um apaixonado. O rapaz, demonstrou ao longo da história ser o mais correcto, mas conseguiu irritar-me um bocadinho. O inglês é uma personagem complicada de definir, por um lado gostava dele por outro... teve as atitudes mais estúpidas do grupo. As personagens secundárias também estão muito bem caracterizadas.

A escrita é fluída, fria e sem "papas na língua", óptimos diálogos mas exagera um pouco nas variações do sotaque e nas frases mal pronunciadas ou mal construídas pelas personagens estrangeiras. Tudo o que é demasiado enjoa. Tirando este último ponto, é tudo elogios ;)

Sinopse:

Lisboa, 1 de Novembro de 1755. A manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis. 
De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casa caem, os tectos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão atemorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros.





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